Aeroporto no ABC não deve ser construído, avalia ex-superintendente da Infraero

By | 23 de abril de 2011

A construção de um aeroporto regional no ABC esbarra em quatro empecilhos que, dificilmente, poderão ser superados. A falta de área e de integração do transporte coletivo, além da questão ambiental e do congestionamento aéreo – devido à proximidade de Congonhas, Cumbica e Viracopos – deixam o sonho cada vez mais longe de ganhar a realidade.

Depois da proposta da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, que na posse da nova direção, por meio do presidente Walter Moura, elencou o item no tripé prioritário, o Repórter Diário repercutiu o assunto com o ex-superintendente da regional sudeste da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) Edgar Brandão Júnior que há décadas reside na região.

O principal obstáculo, na avaliação dele, é a área para a construção do aeroporto que demandaria um espaço do tamanho da cidade de São Caetano (mais de 10Km quadrados). “Tem que ser um local maior do que Congonhas (8Km quadrados), pois seria de médio porte para atender a demanda. Deve ter uns 4Km quadrados somando pista, parte de segurança da operação e área de escape. Devem ter duas pistas ou uma, mas com área para a segunda num futuro próximo. Neste sentido, o espaçamento entre elas deve ser de 3 Km quadrados. Multiplicando isso, chegamos a 12Km quadrados”, explica Edgar, ressaltando que os antigos aeroportos são menores em área porque a realidade era diferente.

“Se você me perguntar se é inviável, eu digo que não. Porém não deveria (ser construído)”, diz. O especialista destaca que, mesmo se o terreno fosse angariado, a iniciativa travaria uma queda de braço com o licenciamento ambiental, a exemplo do que ocorreu com a construção do trecho sul do rodoanel.

Os outros impasses também pesam contra. O ABC não possui hoje integração com o transporte coletivo paulistano. Neste prisma, o escoamento dos passageiros não encontraria logística favorável para os seus destinos. Além disso, poderia resultar no congestionamento aéreo das rotas, devido à proximidade dos aeroportos de Congonhas, Cumbica e Viracopos.

Demanda

Com a ascensão de 29 milhões de pessoas da classe D para classe C, na composição da chamada nova classe média, a demanda de passageiros também inflou. Segundo dados oficiais da Infraero, em 2005 o número de passageiros nos aeroportos do Brasil era de 96 milhões. Já no ano passado, o montante saltou para 155 milhões e as projeções estimam 250 milhões para 2015.

Os números são alarmantes tento em vista o limite da capacidade – mesmo com as expansões – de Cumbica e Congonhas. Neste momento, a menina dos olhos que pode prolongar a sobrevida aeroportuária paulista é Viracopos. “Hoje ocupa, 8,9Km e nós deixamos desapropriação de mais 12Km e uma reserva de 9Km. Ou seja, praticamente duas São Caetano”, compara Edgar Brandão.

Passado

Segundo Edgar Brandão, na década de 70, o ABC já havia protagonizado a discussão. Na oportunidade, uma área de Campo Grande (na região de Paranapiacaba) estava entre as concorrentes para abrigar o aeroporto de Cumbica. A empreitada, no entanto, não foi exitosa.

Região deve investir no valor agregado, sugere especialista

Edgar Brandão afirma que o ABC pode se beneficiar economicamente do complexo aeroportuário, sem ter um aeroporto. A sugestão do especialista visa a instalação de um Pólo Aeronáutico.

Como uma das prioridades da Agência de Desenvolvimento do ABC e dos prefeitos é a instalação de um parque tecnológico, o mesmo, segundo Brandão, deverá estar voltado aos produtos paralelos da aviação civil.

“Nenhum empresário da região me procurou (quando estava na Infraero) para tratar de transporte de carga. É aí que a região perde muito. Nós estamos muito próximos de Congonhas e Cumbica para escoamento de carga. É possível ter na região indústrias – até do Pólo Tecnológico – que trabalhem com materiais que dependem do transporte aéreo”, diz. “A Agência pode incentivar junto com os prefeitos a instalação de indústrias como se fossem `dentro do aeroporto`, que são as áreas congregadas ou as chamadas retroáreas”, sustenta.

Além disso, Edgar cita que o “complexo aeroportuário” necessita também de uma boa rede hoteleira, atualmente “no limite”da capacidade em São Paulo. “Ao invés de pensar no produto final, vamos pensar nos produtos paralelos”, sugere tendo em vista, por exemplo, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 que serão realizadas no Brasil.

Fonte: http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/283470/aeroporto-nao-deve-ser-construido-avalia-edgar-brandao/

Nota do editor:

Para quem mora na região do ABC sabe que estamos deficientes em transporte principalmente na questão Aérea, achar que a região do ABC não precisa de Aeroporto chega ser piada, em que mundo ele vive? Será que Edgar Brandão Júnior sabe realmente o que está falando, todo mundo sabe que a região do ABC é importante pelo pólo industrial uma quantidade muito grande de pessoas moram nessas regiões e depende dos Aeroportos de Congonhas e Guarulhos, ou seja, um problema para se deslocar principalmente para Guarulhos, uma vez que Congonhas está se dedicando mais em pontes aéreas para o Rio de Janeiro, vôos mais longos são facilmente encontrados em Guarulhos pelos valores, para quem mora em Santo André leva no mínimo 1 hora e meia para se deslocar até Guarulhos quando temos transito fluindo e Congonhas em torno de 40 minutos para chegar e 15 minutos para arrumar uma vaga de estacionamento, seria egoísta acreditar que está tudo bem! Congonhas está atuando com 100% da sua capacidade há muito tempo, e assim como a Região do ABC não tem infraestrutura SP também não tem! Tem metro em Congonhas ou Guarulhos?

Não somente o ABC precisa de um Aeroporto, mas como outras regiões da grande SP, sou muito nacionalista, mas a Infraero se tornou o pior órgão do governo, corrupto, incompetente, onde o numero de vôos cresceu mais de 100% e não tem investimento algum, tem fila desde o estacionamento até para pegar um simples cafezinho, ai depois de pagar o café tem a fila para pegar o café, depois tome o café em pé, porque mesa somente esperando alguém para sair, sem contar o preço absurdo!

Será que falta dinheiro?  Com certeza absoluta não! A péssima gestão da Infraero que já foi comprovada pelas vergonhas que passamos, porque uma das cidades mais movimentas do País ter apenas dois Aeroportos é vergonhoso, se campeonato de Formula 1 já congestiona tudo, tive que ficar hospedado no Hotel Glória no RJ por causa do caos Aéreo, imagina uma copa do mundo.

Governo acorda e tira esse bando de acomodados que leva o nosso País a vergonha, seja privatizando ou colocando a mão na massa, agora esperar e ver se a Secretaria de Aviação Civil resolva alguma coisa, mais um órgão.

2 thoughts on “Aeroporto no ABC não deve ser construído, avalia ex-superintendente da Infraero

  1. Cid

    É indispensável viabilizar a expansão da linha 4-amarela do Metrô para a cidade de Guarulhos, a segunda mais populosa do estado de São Paulo, pois tal medida além de contribuir para descongestionar as linhas 1-Azul e 3-vermelha, visto que a cidade está situada a nordeste da cidade de São Paulo, na região metropolitana, também facilitará o acesso ao aeroporto de Cumbica, atendendo ainda a bairros das zonas leste e norte de São Paulo ainda não servidos pelo metrô como o Pari, Vila Maria e Parque Novo Mundo, além de importantes centros comerciais da cidade de Guarulhos, como o Internacional Shopping/Dutra/Itapegica, o centro de Guarulhos e o aeroporto de Cumbica.

    Além disso, existe o projeto da linha 17-ouro que ligará o aeroporto de Congonhas à estação Morumbi da linha 4-amarela, o que permitirá a conexão na mesma linha aos dois principais aeroportos da região metropolitana de São Paulo, atenuando o grave problema da mobilidade urbana na cidade de São Paulo e em vias importantes como a Rodovia Presidente Dutra.

    O trem de Guarulhos é um projeto complementar que atende a uma parcela específica da população guarulhense que mora nos bairros mais afastados de Parque CECAP e Jardim Presidente Dutra, pois o traçado da linha sequer passa pelos principais centros comerciais da cidade de Guarulhos.

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